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Mensagem  Admin Qui Mar 04, 2010 3:44 pm

O que é o Xamanismo


O xamanismo é um termo genericamente usado em referência a práticas etnomédicas, e filosóficas (metafísica), envolvendo cura, transe, metamorfose e contacto directo entre corpos e espíritos.

É a mais antiga via espiritual conhecida e tem sempre estado em estreita união com a Natureza.

A palavra xamã vem do russo, tungue saman corresponde às práticas dos povos não budistas das regiões asiáticas e árcticas especialmente a Sibéria. Apesar, como assinala Mircea Eliade, sendo dos mais importantes e influentes historiadores e filósofo das religiões da contemporaneidade da especificidade dessas práticas na região (em especial as técnicas do êxtase dos tungues, Iacutes, mongóis, turco-tártaros, etc.), não existe, contudo origem histórica ou geográfica para o xamanismo como conhecido hoje, tampouco algum princípio unificador.

Antropólogos discutem ainda na definição xamanismo, a experiência biopsicossocial do transe e êxtase religioso bem como as implicações sociais da definição do xamanismo como facto social, uma tradição equivalente à magia enquanto prática individualizada relacionada aos problemas e técnicas e ciência da sobrevivência quotidiana (agricultura, caça, medicina, etc.) ou ao fenómeno religioso, abstracto, colectivo, normalizador.

O sacerdote (do latim Sacerdos, otis é alguém, habilitado para dirigir ou participar em cerimónias de culto) no xamanismo é o xamã, que geralmente entra em transe, durante rituais xamânicos, manifestando poderes incomuns, invocando “espíritos”, plantas, etc., através de objectos ritualistas, do próprio corpo ou do corpo de assistentes e pacientes. A comunicação com estes aspectos subtis da vida processar-se através de estados alterados de consciência. Estados, esses, alcançados através do toque do tambor, danças e até ervas enteógenas, embora esta última desaconselho de todo e apenas refiro por ser verdade e com a intenção apenas dar a conhecer alguns métodos utilizados.

As variações "culturais" são muitas mas, em geral, o xamã pode ser homem ou mulher, e muitas vezes há na história pessoal desse indivíduo um desafio, como uma doença física ou mental, que se configura como um chamamento, uma vocação. Depois disto há uma longa preparação, um aprendizado sobre plantas medicinais e outros métodos de cura, e sobre técnicas para atingir o estado alterado de consciência e formas de se proteger contra o descontrolo.

O xamã é tido como um profundo conhecedor da natureza humana, tanto na parte física quanto psíquica.

De acordo com Eliade, entre os manchus e os tungues da Manchúria a tradição dos dons xamânicos costuma ser feita de avô para neto, pois o filho ocupa-se em prover as necessidades do pai, isso no caso dos amba saman (xamãs do clã). Os xamãs independentes seguem a sua própria vocação. O reconhecimento como xamã só pode ser feito pela comunidade inteira depois de uma prova iniciática. Ainda segundo esse autor das referências a distúrbios psicológicos (especialmente no processo de formação) o ideal iacuto de um xamã é: um homem sério, que sabe convencer os que estão à sua volta, não presunçoso nem colérico. Entre os kazak-quirguizes o baqça, guardião das tradições religiosas é também cantor, poeta, músico, adivinho, sacerdote e médico.

Talvez pela experiência do sofrimento antes da iniciação ou experiência de “possessão” o xamã é confundido com indivíduos portadores de distúrbio mental tipo epilepsia, histeria e psicose, como aconteceu e, infelizmente ainda acontece com os médios mediúnicos não orientados e trabalhados, Lévi-Strauss citando os estudos de Nadel e de Mauss na introdução à obra de Marcel Mauss afirma que: “existe uma relação entre os distúrbios patológicos e as condutas xamanísticas, mas que consiste menos numa assimilação das segundas aos primeiros do que na necessidade de definir os distúrbios patológicos em função das condutas xamanísticas”. Mais à frente afirma ainda que baseado em estudos comparativos, que a frequência das neuroses e psicoses parecem aumentar nas regiões sem xamanismo e que xamanismo pode desempenhar um duplo papel frente as disposições psicopáticas: explorando-as por um lado, mas, por outro canalizando-as e estabilizando-as. Ora, no meu ponto de vista, o que de facto acontece, é que como qualquer médium psíquico, enquanto não se aprimorar, estudar, aprender as Leis da Vida, entra em estados de distúrbios neuro-psicológicos. Por exemplo: Se um individuo é um médium de incorporação e não sabe, não tem nenhuma formação sobre o assunto, é natural que, ao ser “impregnado” pela vibração da aproximação de outro ser, entre em descontrolo profundo, tem medo e que lhe provoque reacções anormais nessa pessoa.

O xamanismo é uma forma diferente de entender a humanidade, a Divindade e a Natureza, bem como de as relacionar entre si.

O xamanismo é uma questão de poder pessoal para o indivíduo que o pratica; não tem nada a ver com a consolação religiosa, mas responde a grandes princípios fundamentais que reúnem todos os xamãs numa confraria tão antiga como o próprio universo.

A natureza fundamental do xamanismo reside no lado prático das coisas. É a mais velha forma de saber e de poder pessoal que existe no nosso planeta e que antecedeu todas as religiões e filosofias e está na base daquilo que faz de nós seres humanos.

Ao longo dos tempos, determinadas práticas e métodos foram concebidos pelos nossos antepassados com a finalidade de permitir que os indivíduos aprendessem, conscientemente, a criar uma ligação entre a realidade física e espiritual, entre o mundo material e as visões.

Resumindo, pode-se dizer que o xamanismo é uma viagem espiritual pelos recantos do nosso interior, é um estado de espírito, um modo de ver a vida como um todo.

No xamanismo existe a consciência de vários níveis de realidade, para além da realidade habitual a que estamos acostumados e o princípio do trabalho xamânico é que este deve beneficiar a vida e ter o propósito de curar.

Nas culturas xamânicas os xamãs entram num estado alterado de consciência, fora do tempo e do espaço, para procurar informação e cura necessárias às suas comunidades.

Hoje, qualquer pessoa pode ter acesso a esta técnica arcaica. Utilizando apenas o som do tambor para nos transportar durante a “Viagem Xamânica”, podemos obter informação, resposta e cura que vivenciamos dentro do “estado de consciência xamânico” e depois trazê-lo à nossa consciência normal.

Xamanismo é uma via de revelação directa que nos permite restaurar a nossa autoridade espiritual e conscientemente melhorar as nossas vidas; aprendemos a confiar na nossa experiência e a ter confiança no mundo espiritual e na nossa capacidade de receber a sua ajuda.

A experiência de cada pessoa é única pois cada um vive a “realidade não habitual” de forma diferente; a informação, resposta ou cura que recebemos são dirigidas a cada um de nós e são apreendidas pela mente racional de acordo com a nossa abertura, experiência, antecedentes culturais ou estado emocional.

Aquilo que vivemos durante a experiência xamânica não pode ser classificado de certo ou errado e só cada um de nós o pode apreender completamente e interpretar de forma adequada.

Para além de obter respostas e cura que nos podem ajudar no nosso trajecto de desenvolvimento pessoal, a prática xamânica dá-nos ainda a possibilidade de ajudar os outros, intervir de uma forma co-criativa em assuntos de interesse global, bem como ajudar a Terra.
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